RESENHA: A cabeça na cama, de Filipe Nassar Larêdo
A cabeça na cama, romance de estreia do escritor e editor Filipe
Nassar Larêdo, é um livro peculiar e intrigante. A primeira metade do
enredo nos apresenta a família de Tomás (então protagonista) e traça um
retrato da superficialidade da classe média brasileira. Temos aí um pai
de família extremamente preocupado com os ganhos financeiros e com o
trabalho, e que é completamente ausente da vida familiar, dos filhos, da
esposa. E esta, por sua vez, também foi se tornando ausente à medida
que a estabilidade financeira permitia contratar vários funcionários
para cuidar dos filhos e da casa, passando então a dedicar seu tempo a
salões de beleza, compras no shopping, entre outras coisas. No decorrer
da narrativa vários problemas familiares começam a se revelar (dependência alcoólica, maus tratos, ciúmes), nos fazendo crer que o
romance se desenrolará em torno desses conflitos. No entanto, um fato
inusitado acontece na segunda metade do romance: uma CABEÇA aparece
misteriosamente na cama de Tomás e Elisa, quando eles partiam para a tão
aguardada viagem de férias! O acontecimento inesperado faz com que a
viagem seja adiada e todos retornam para resolver o problema. Daí em
diante o romance deixa de ser realista e ganha uma pegada kafkiana,
mergulhando o leitor no inverossímil, no absurdo, numa realidade
grotesca e insana. Tomás, ao chegar em casa, decide isolar-se com a
cabeça e, certo de que ela apareceu por algum motivo e por sua causa,
desvendar o motivo da aparição e das tentativas bizarras de comunicação.
A obsessão por respostas coloca Tomás à beira da insanidade, levando-o a
fazer coisas impensáveis em condições normais.
Toda a história é narrada em primeira pessoa, pelo próprio Tomás, de um lugar e numa situação que o leitor só entenderá ao término do romance.
Enfim, Filipe Larêdo estreou muito bem na ficção. E meus elogios também para a produção gráfica do livro, que ficou muito boa: capa dura, papel encorpado e de leitura agradável, tipografia harmoniosa e design de primeira. Recomendo muitíssimo!
Toda a história é narrada em primeira pessoa, pelo próprio Tomás, de um lugar e numa situação que o leitor só entenderá ao término do romance.
Enfim, Filipe Larêdo estreou muito bem na ficção. E meus elogios também para a produção gráfica do livro, que ficou muito boa: capa dura, papel encorpado e de leitura agradável, tipografia harmoniosa e design de primeira. Recomendo muitíssimo!
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