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Haroldos, botos & antologias: uma crônica da poesia paraense

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  Uma antologia de poetas pretende reunir vários nomes da poesia paraense em três volumes e, através de financiamentos coletivos, produzir belos livros que serão doados para bibliotecas públicas, com a presença dos autores interagindo com alunos e professores. Bonito, não? Quem poderia imaginar que alguém se posicionaria contra uma iniciativa tão bela e necessária como essa? Pois bem, falo da Antologia da Poesia Paraense , projeto organizado pela Pará.grafo Editora que tive contato através do jornal O Liberal desta semana e que, por incrível que pareça, tem sido alvo de grande (e desnecessária) polêmica no meio literário paraense. Como bom catiteiro que sou, fiz uma pesquisa minuciosa em páginas e perfis facebookianos para tentar entender o motivo de tanto escarcéu e organizei numa linha do tempo para facilitar para mim e para vocês que estão lendo essa crônica. Obviamente, muita coisa deve ter escapado ao olhar: os bastidores, as conversas em grupos de whatsapp, os telefonemas... Ma

RESENHA: "Velas na Tapera", de Carlos Correia Santos

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Saudações, meus caros! O colaborador Girotto Brito nos enviou esta maravilhosa resenha do premiado romance Velas na Tapera , do escritor e músico paraense Carlos Correia Santos . * * * Hoje terminei um dos livros mais notáveis que tive o prazer de conhecer na Literatura Paraense. Romance vencedor do Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir (Fundação Cultural do Pará), em 2008, Velas na Tapera se apresenta como um regionalismo histórico, namorando com o realismo fantástico. A narrativa, carregada de uma prosa poética deliciosa, nos lembra o escritor que dá nome ao prêmio, Dalcídio Jurandir. O romance nos conta a história de Rita Flor e sua dor, sua lágrima solitária cristalizada na face: "Rita Flor não movia um milímetro em sua alma. Não oscilava uma emoção sequer. O olhar atado ao pequeno caixão de madeira crua que continha sua filha. Um ver que não via nada. Um enxergar vazio. O que podia na vida uma mulher que aos dezoito anos perdera o marido? O que podia na vida uma mulher que

RESENHA: A cabeça na cama, de Filipe Nassar Larêdo

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A cabeça na cama , romance de estreia do escritor e editor Filipe Nassar Larêdo, é um livro peculiar e intrigante. A primeira metade do enredo nos apresenta a família de Tomás (então protagonista) e traça um retrato da superficialidade da classe média brasileira. Temos aí um pai de família extremamente preocupado com os ganhos financeiros e com o trabalho, e que é completamente ausente da vida familiar, dos filhos, da esposa. E esta, por sua vez, também foi se tornando ausente à medida que a estabilidade financeira permitia contratar vários funcionários para cuidar dos filhos e da casa, passando então a dedicar seu tempo a salões de beleza, compras no shopping, entre outras coisas. No decorrer da narrativa vários problemas familiares começam a se revelar (dependência alcoólica, maus tratos, ciúmes), nos fazendo crer que o romance se desenrolará em torno desses conflitos. No entanto, um fato inusitado acontece na segunda metade do romance: uma CABEÇA aparece misteriosa

TERROR NA AMAZÔNIA é um grande achado da literatura de terror nacional!

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Imagem gentilmente assaltada da fanpage da Editora Pará.grafo. Faaaaaala, gente boa!  Estive meio ausente aqui do blog, mas hoje tive que retornar para compartilhar minha última leitura, pois foi muuuuuuito boa.  Vi n'outro dia uma propaganda no Facebook sobre o livro TERROR NA AMAZÔNIA , lançamento da Pará.grafo Editora , e fiquei muito curioso pra saber o que o pessoal anda produzindo nesse seguimento, pois, vou falar pra vocês, é coisa rara achar literatura de terror ambientada na Amazônia. Pelo menos literatura de qualidade.  Fui atrás do livro físico, mas ainda está em pré-venda no site da editora, então optei por ler a versão digital disponível na Amazon.  Gente, sem medo de errar. O livro é muito bom! A antologia foi organizada pelo escritor Girotto Brito , mas são 21 escritores que participam com 20 contos que abordam o terror/horror das lendas, mitos e narrativas antigas contadas na região amazônica, seja nas comunidades e vilas afastadas ou mesmo nas perife

#ENTREVISTA: Os editores Douglas Oliveira e Girotto Brito falam sobre o mercado editorial paranese

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(Girotto Brito -- professor e editor paraense. Fotografia: Dri Trindade) Saudações, caríssimos leitores! Hoje vamos bater um papo virtual com os escritores e editores Douglas Oliveira (da Editora Folheando ) e Girotto Brito (da Pará.grafo Editora ), ambos de uma nova geração e que têm contribuído muito para o fortalecimento do cenário literário paraense. Tenho acompanhado o trabalho desses dois jovens editores e confesso que fiquei impressionado com o alcance que as editoras estão tendo em tão pouco tempo de atividade. Douglas, lançando e apostando em novos escritores. Girotto Brito, fazendo um trabalho excepcional de resgate de autores paraenses e trabalhos voltados para a Literatura de Expressão Amazônica, com a recém lançada antologia "Jaçanã: poética sobre as águas".  Para conhecer um pouco sobre a visão do mercado editorial de cada um, fiz algumas perguntas-chave, que agora compartilho com vocês: * * * (1) Sabemos que as editoras sediadas no Norte d

10 poetas paraenses que vão conquistar seu coração!

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Fotografia de Nayara Jinknss (Namorados), Belém do Pará.   A poesia produzida no Pará é muito rica e gostosa de se ler. Grandes nomes como Max Martins , Antonio Tavernard , Jaques Flores , Vicente Salles , Olga Savary , Paes Loureiro , Bruno de Menezes e tantos outros marcaram a história da poesia parauara. Hoje, no entanto, vou falar sobre dez poetas contemporâneos cujas obras são verdadeiras ambrosias para a nossa alma.  Obviamente, é uma seleção pessoal, de alguém que lê e aprecia a Literatura Paraense há muitos anos. E é somente uma lista, não é um ranqueamento. Minha intenção aqui é somente apresentar essas belas vozes poéticas ao público leitor, não é classificar ou engessar as literaturas dessas pessoas ou silenciar aqueles que não aparecem aqui. Pois bem, vamos lá! * * * ANTÔNIO MOURA Antônio Moura nasceu em Belém do Pará, residiu em São Paulo, Lisboa e atualmente vive em Belém. Poeta e tradutor. Tem oito livros publicados: cinco de poesia e três de tra